O que é Cannabis Ruderalis?
A Cannabis Ruderalis é uma das três principais variedades de plantas de cannabis, juntamente com a Cannabis Indica e a Cannabis Sativa. Originária das regiões frias do leste da Europa e da Ásia central, a Ruderalis é conhecida por sua capacidade de florescer independentemente do ciclo de luz, um traço não encontrado nas variedades Indica ou Sativa.
Características Distintas
- Tamanho Pequeno: A Ruderalis é geralmente menor em comparação com as outras variedades, muitas vezes não ultrapassando 60 cm de altura.
- Floração Automática: Ao contrário da Indica e da Sativa, que dependem do ciclo de luz para florescer, a Ruderalis começa a florescer com base na idade da planta.
- Teor de THC: A Ruderalis tem um teor de THC (Tetrahydrocannabinol) relativamente baixo em comparação com Indica ou Sativa.
Uso e Cruzamentos
Devido à sua floração automática, a Ruderalis é frequentemente cruzada com outras variedades de cannabis para criar plantas híbridas que florescem mais rapidamente. Embora não seja tão popular quanto suas contrapartes devido ao seu baixo teor de THC, a Ruderalis é valorizada por suas propriedades únicas e resistência a condições climáticas adversas.
História das Autoflores no Brasil
A história das plantas autoflorescentes, ou simplesmente “autoflores”, no Brasil é fascinante e reflete a evolução da cultura canábica no país.
Primeiros Registros e Introdução
As primeiras menções de variedades autoflorescentes no Brasil datam do início dos anos 2000. Importadas principalmente da Europa, essas variedades começaram a ganhar popularidade entre os cultivadores locais devido à sua facilidade de cultivo e curto período de floração.
A Ascensão das Autoflores
Com o clima tropical do Brasil, muitos cultivadores encontraram nas autoflores uma solução ideal. Diferentemente das variedades tradicionais, que dependem de ciclos específicos de luz para florescer, as autoflores iniciam sua fase de floração com base na idade, tornando-as perfeitas para o clima variável do Brasil.
Desafios e Controvérsias
Apesar de sua crescente popularidade, as autoflores enfrentaram resistência de puristas canábicos que acreditavam que essas variedades não poderiam igualar a potência ou o sabor das plantas tradicionais. No entanto, com o avanço da genética e do cultivo, muitas dessas preocupações foram abordadas, e as autoflores de hoje são tão potentes e saborosas quanto qualquer outra variedade.
O Futuro das Autoflores no Brasil
Com a crescente aceitação da cannabis no Brasil, tanto para uso medicinal quanto recreativo, as autoflores têm um futuro promissor. Sua facilidade de cultivo e adaptabilidade as tornam uma escolha popular para muitos cultivadores, desde novatos até profissionais.
Como a Cannabis Autoflower de hoje surgiu
A trajetória da Cannabis Autoflower, ou autoflorescente, é uma combinação de genética, inovação e a incessante busca por variedades de cannabis mais versáteis e adaptáveis.
Origens Genéticas
A característica autoflorescente é originária da Cannabis Ruderalis, uma variedade de cannabis nativa das regiões frias do leste da Europa e Ásia central. Ao contrário das variedades Sativa e Indica, a Ruderalis floresce com base na idade e não no ciclo de luz, uma adaptação à sua região de origem, onde os dias podem ser curtos ou inconsistentes.
Primeiros Cruzamentos
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, os cultivadores começaram a experimentar cruzamentos entre a Ruderalis e variedades populares de Sativa e Indica. O objetivo era criar plantas que mantivessem as características desejáveis de Sativas e Indicas, mas que florescessem automaticamente, como a Ruderalis.
A Revolução Lowryder
Um dos primeiros e mais notáveis sucessos nesse campo foi a variedade Lowryder. Considerada a primeira verdadeira variedade autoflorescente, a Lowryder foi um marco no mundo da cannabis, provando que era possível cultivar plantas de alta qualidade que florescessem independentemente do ciclo de luz.
Avanços e Melhorias
Desde a introdução da Lowryder, a genética autoflorescente evoluiu significativamente. As variedades modernas de autoflores não apenas florescem rapidamente, mas também competem em termos de potência, sabor e rendimento com as variedades tradicionais. Através de anos de seleção e cruzamento, os cultivadores conseguiram minimizar ou eliminar muitas das desvantagens percebidas das primeiras autoflores.
O experimento “Mexican Rudy”
O experimento “Mexican Rudy” é um marco na história da cannabis autoflorescente. Ele desempenhou um papel crucial na evolução das variedades autoflorescentes que conhecemos hoje.
Contexto Histórico
Nos anos 1970 e 1980, enquanto a maioria dos cultivadores estava focada nas variedades Indica e Sativa, um pequeno grupo de entusiastas estava interessado na Cannabis Ruderalis. Eles viram potencial na capacidade da Ruderalis de florescer independentemente do ciclo de luz.
A Descoberta
Um desses cultivadores, conhecido pelo pseudônimo “The Joint Doctor”, descobriu uma variedade única de cannabis enquanto viajava pelo México. Esta planta, que ele chamou de “Mexican Rudy”, mostrou características de autoflorescência, mas com uma estrutura mais semelhante à Sativa.
O Cruzamento
Intrigado por suas descobertas, “The Joint Doctor” começou a experimentar cruzamentos entre a “Mexican Rudy” e outras variedades populares. O objetivo era combinar a autoflorescência da “Mexican Rudy” com as características desejáveis de outras variedades de cannabis.
O Resultado
O experimento “Mexican Rudy” levou ao desenvolvimento de algumas das primeiras variedades autoflorescentes verdadeiras. Uma das descendentes mais notáveis desse experimento foi a já mencionada Lowryder, que se tornou a base para muitas das variedades autoflorescentes modernas.
Lowryder: A primeira variedade autoflower
Lowryder é frequentemente considerada a pioneira das variedades autoflorescentes. Sua introdução ao mundo da cannabis marcou o início de uma nova era para cultivadores e entusiastas.
Origens e Desenvolvimento
Originada dos experimentos com “Mexican Rudy”, a Lowryder foi desenvolvida para combinar as características autoflorescentes da Ruderalis com os traços desejáveis das variedades Sativa e Indica. O resultado foi uma planta compacta, de rápido crescimento e que floresce automaticamente.
Características Distintas
- Ciclo de Vida Curto: Lowryder pode passar da germinação à colheita em apenas 8 a 9 semanas.
- Tamanho Compacto: Raramente ultrapassando 40 cm de altura, é ideal para cultivos discretos ou espaços limitados.
- Resistência: Herdando a robustez da Ruderalis, Lowryder é resistente a variações climáticas e a algumas pragas.
Impacto no Mundo da Cannabis
A introdução da Lowryder abriu portas para o desenvolvimento de inúmeras outras variedades autoflorescentes. Sua facilidade de cultivo e ciclo de vida curto a tornaram uma escolha popular, especialmente entre cultivadores novatos ou aqueles com espaço e recursos limitados.
Legado
Hoje, a Lowryder é vista como a fundação sobre a qual o mundo das autoflores foi construído. Enquanto variedades modernas podem superá-la em termos de potência e rendimento, seu lugar na história da cannabis está firmemente estabelecido.
Quando as autoflores se tornaram populares no Brasil?
A trajetória das variedades autoflorescentes no Brasil é um reflexo da evolução global da cannabis e da crescente aceitação da planta no país.
Primeiras Introduções
No início dos anos 2000, as primeiras variedades autoflorescentes começaram a aparecer no Brasil, importadas principalmente da Europa. Inicialmente, eram vistas com certo ceticismo devido à sua potência relativamente baixa em comparação com as variedades tradicionais.
A Virada do Mercado
Por volta de 2010, com o avanço da genética e a introdução de novas variedades autoflorescentes mais potentes e saborosas, a percepção sobre elas começou a mudar. Cultivadores começaram a reconhecer as vantagens das autoflores, especialmente sua rápida floração e adaptabilidade a diferentes ciclos de luz.
Crescimento Exponencial
Entre 2015 e 2020, o interesse por autoflores no Brasil cresceu exponencialmente. Com a legalização da cannabis medicinal em algumas regiões e a crescente aceitação cultural da planta, as autoflores se tornaram uma opção popular para muitos cultivadores, tanto recreativos quanto medicinais.
Hoje em Dia
Atualmente, as autoflores são amplamente aceitas e cultivadas em todo o Brasil. Elas são valorizadas por sua facilidade de cultivo, rápida floração e resistência a variações climáticas. Eventos e feiras dedicados exclusivamente a estas variedades são comuns, solidificando sua posição no cenário canábico brasileiro.
Autoflower nos dias de hoje no Brasil
As variedades autoflorescentes, conhecidas como autoflowers, têm se consolidado como uma opção de destaque no cenário canábico brasileiro. Sua presença e influência atuais são reflexos de uma combinação de avanços genéticos, adaptabilidade e aceitação cultural.
Presença no Mercado
As autoflowers ocupam agora uma parcela significativa do mercado de sementes de cannabis no Brasil. Com diversas opções disponíveis, desde variedades ricas em THC até aquelas com alto teor de CBD, os cultivadores têm uma ampla gama de escolhas para atender a diferentes necessidades e preferências.
Vantagens Reconhecidas
A principal vantagem das autoflowers — sua capacidade de florescer independentemente do ciclo de luz — é amplamente reconhecida e valorizada. Além disso, sua resistência a variações climáticas e pragas as torna ideais para o clima tropical e variável do Brasil.
Cultivo Urbano e Discreto
Devido ao seu tamanho compacto e ciclo de vida curto, as autoflowers tornaram-se uma opção popular para o cultivo urbano e em espaços reduzidos. Muitos cultivadores urbanos optam por estas variedades para cultivos discretos em varandas, terraços e até mesmo em espaços internos.
Perspectivas Futuras
Com a crescente aceitação da cannabis no Brasil, tanto para fins medicinais quanto recreativos, espera-se que as autoflowers continuem a ganhar popularidade. A pesquisa e o desenvolvimento contínuos nesta área prometem trazer variedades ainda mais robustas, potentes e adaptadas às necessidades dos cultivadores brasileiros.
Conclusão
A trajetória das variedades autoflorescentes no Brasil é um testemunho da evolução e adaptabilidade da cannabis. Desde suas humildes origens até sua crescente popularidade nos dias de hoje, as autoflowers têm desafiado as expectativas e provado seu valor no cenário canábico brasileiro.
O rápido crescimento e a adaptabilidade destas variedades, combinados com os avanços genéticos e a aceitação cultural, posicionam as autoflowers como uma opção de destaque para o futuro da cannabis no Brasil. Seja para cultivadores novatos buscando uma introdução fácil ao mundo da cannabis ou para veteranos em busca de variedades versáteis e resistentes, as autoflowers certamente continuarão a desempenhar um papel crucial no panorama da cannabis brasileira.
À medida que o Brasil avança em sua relação com a cannabis, seja em termos de legislação, pesquisa ou cultura, as autoflowers, com sua singularidade e resiliência, certamente estarão na vanguarda dessa evolução.